Soltura de pássaros marca final da Feira do Verde

Na tarde desta sexta-feira (8), foi encerrada a programação da 28ª Feira do Verde de Guaçuí, organizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam). E para finalizar com chave de ouro, foi realizada uma soltura de pássaros trazidos pelo Centro de Reintegração de Animais Silvestres (Cereias) e Ibama, e com a participação da Polícia Militar Ambiental que estava presente à ação.

Também estavam presentes o coordenador da Defesa Civil, Joilson Wagner Costa, e as gerentes da Secretaria Municipal de Agricultura, Kênia Resende Cardoso e Marta Maria de Azevedo Carvalho, entre outros membros da equipe da Semmam. A soltura aconteceu na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) “Alimercino Gomes de Carvalho”, Estância São Lucas – Fazenda Aparecida, no Córrego do Sossego, zona rural do município.

Com a presença de alunos da Escola Municipal José Antônio de Carvalho, a equipe da Semmam recebeu os técnicos do Ibama e do Cereias, localizado em Aracruz, norte do Estado, que trouxeram os 111 pássaros que foram soltos na propriedade do professor João Batista. Amante do meio ambiente, João Batista preparou um viveiro que mereceu elogios de todos, para receber os papagaios. Estas aves não podem ganhar a liberdade na hora em que chegam e precisam reconhecer o ambiente durante 10 dias para serem soltas aos poucos.

Ele vibrou junto com os adolescentes na hora que os pássaros começaram a ganhar liberdade. “Estamos cumprindo com o nosso papel em favor do meio ambiente e, neste processo para a soltura desses pássaros foi a mais simples e fácil”, disse, se referindo ao trabalho que é realizado para que esses animais possam ganhar a liberdade.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Roberto Martins, também destacou “o grande favor” que os profissionais do Ibama e do Cereias estavam fazendo por Guaçuí, sem medir esforços. “Saíram de Aracruz, com velocidade reduzida, por causa dos animais, para podermos viver essa experiência”, disse, destacando que a soltura era um sonho do professor João Batista, ressaltando ainda a importância dos animais para todos. “Precisamos dos animais que possuem uma importante e fundamental função ecológica”, completou.

Os papagaios não podem ganhar a liberdade na hora em que chegam e precisam reconhecer o ambiente durante 10 dias para serem soltos aos poucos.

Os pássaros que ganharam a liberdade na Estância São Lucas foram trazidos pelo biólogo responsável pelo Cereias, José da Penha Rodrigues, o biólogo responsável pelo Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas) do Ibama, Décio Luiz Castellões Motta, e o agente ambiental federal do Ibama, Rogério Santos Araújo. “Termos parceria como essa aqui em Guaçuí é muito bom, porque sem isso, o Cereias não teria como cumprir seu papel, e em 25 anos de existência, já fizemos a reintegração de 110 mil animais à natureza”, contou José da Penha.

Já Décio Motta elogiou a iniciativa do município de Guaçuí. “O que aconteceu aqui hoje foi maravilhoso, com a garotada participando e vivendo esse momento, adorei estar aqui”, afirmou. Enquanto Rogério Araújo disse que “não é qualquer prefeitura que assume essa questão ambiental como acontece em Guaçuí”. “Sempre que quiserem, vamos voltar e trazer mais animais para serem soltos”, garantiu. Os três profissionais foram presenteados com produtos da Cooperativa de Laticínios Guaçuí (Colagua).

Foram soltos em Guaçuí 10 canários-da-terra, cinco Patativas, 47 coleiros-papa-capim, oito coleiros-baiana, um tiziu, três tico-ticos, dois sanhaços, oito trinca-ferros, um sabiá-laranjeira, um sabiá-poca, dois sabiás-barranco, cinco jandaias-estrela, um melro, um tiriba, duas maritacas e 11 papagaios-chauá, num total de 111 pássaros. Vale ressaltar que o papagaio-chauá encontra-se na lista de risco de extinção e vão ficar por 10 dias em um viveiro para se acostumarem com o ambiente e ganharem a liberdade naturalmente.

Os papagaios em geral são coloridos e, quando ensinados, conseguem repetir palavras, características que os tornam um dos maiores alvos do tráfico de animais silvestres. Mas esse não é o único problema enfrentado pelo papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha). Além de sofrer nas mãos dos traficantes, a ave precisa sobreviver no bioma mais ameaçado do Brasil: a Mata Atlântica. Hoje, a população estimada está entre 1 mil e 2,5 mil indivíduos e a espécie é considerada ameaçada de extinção pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês).

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