Hortas nas escolas de Guaçuí para plantar cidadania

Um projeto que começou a ser implantado nas escolas municipais de Guaçuí tem como maior objetivo trabalhar a cidadania entre seus alunos, principalmente, no que diz respeito a meio ambiente e à saúde. Trata-se do projeto “Horta da Cidadania” que consiste na implantação de hortas nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cemei), onde vegetais são cultivados de maneira orgânica e sustentável. O projeto está sendo implantado pela Secretaria Municipal de Educação, mas também recebe o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e parceiros.

Além desse processo em que os alunos aprendem a trabalhar em equipe, uma das metas é que as hortas possam ser usadas de maneira didática, dentro das diversas disciplinas existentes no currículo escolar. Portanto, o projeto propicia a produção de alimentos saudáveis que estão sendo usados na merenda escolar, mas este não é seu único objetivo, conforme explica o professor, produtor e ambientalista, João Batista Gomes, idealizador e coordenador do projeto “Horta da Cidadania”. “As hortas podem ser usadas como complemento da educação de crianças e jovens”, afirma.

Segundo ele, os alunos têm a chance de trabalhar com compostos orgânicos, aprendendo a preservação do meio ambiente e o cultivo de alimentos sem agrotóxicos. “Utilizamos matéria orgânica, como casca de ovo, urina de vaca (uréia), entre outros produtos para combatermos pragas e doenças, como o pulgão e a ferrugem, sem usar qualquer defensivo químico – os agrotóxicos”, explica João Batista. Ele conta ainda que recebe apoio do produtor José Mendonça, que mora próximo ao Horto Florestal e que cede esterco para as hortas. “Ele é um grande parceiro que cede esterco orgânico”, conta Batista.

Uma das maiores hortas foi implantada na Escola Municipal Isaura Marques da Silva (Caic). Lá, os alunos já estão usufruindo do projeto, tanto dentro das disciplinas quanto com a utilização das verduras e legumes na merenda escolar. A horta já está produzindo couve, alface, cebolinha, serralha, repolho, almeirão, salsinha, taioba, abóbora, hortelã, mandioca, cenoura, quiabo, pepino e até plantas como o capim cidreira, citronela (que é repelente até contra o mosquito da dengue) e o capuchino que, conforme explica João Batista, têm propriedades anti-inflamatórias, entre outras. “A flor do capuchinho é comestível e pode ser colocada em saladas”, esclarece.

A diretora do Caic, Regina de Fátima Lopes Gonçalves afirma que é objetivo da escola usar as hortas de forma pedagógica. Ela conta que as crianças da Educação Infantil já estão sendo levadas para trabalhar com conscientização ambiental, “para serem multiplicadores”. “É um projeto que trata sobre sustentabilidade e paisagismo também, logo, deve ser bem trabalhado”, coloca a diretora.

 

Alternativa

As hortas começaram a ser implantadas nas escolas em abril deste ano, logo, é um projeto recente que vem sendo trabalhado pela Secretaria Municipal de Educação. Estão sendo concluídas as hortas da Escola Municipal José Antônio de Carvalho, no distrito de São Tiago, e nas escolas municipais Eugênio de Souza Paixão (Horto Florestal) e da Fazenda Alcantilado. Com a conclusão destas três, serão totalizadas oito hortas implantadas dentro do projeto. As outras estão no Caic e nas creches Maria Célia de Paula Muruci (Horto Florestal), Zélia Viana de Aguiar (Jardim de Infância) e Vilma de Paula Ridolffi (São Pedro de Rates), além da Escola Municipal Anísio Teixeira, “Já tem horta que está na sua terceira colheita”, conta João Batista.

Dentro do projeto “Hortas da Cidadania”, os alunos também conhecem formas de irrigação alternativa e sustentável. “Usamos a técnica da micro-irrigação, fazendo a aspersão da água de forma artesanal que custa pouco mais de R$ 0,50, enquanto um comprado na loja ficar por R$ 19,00”, destaca João Batista, mostrando a aspersão feita com uma carrapeta de torneira presa à ponta de uma mangueira comum, por um arame, que permite a regulagem do volume de água.

João Batista e os técnicos que trabalham com ele também usam uma tecnologia simples e barata para espalhar a aspersão de água por toda horta. Eles colocam um cano preto de água suspenso por cabos de vassoura acima das hortaliças, no qual fazem pequenos furos, onde são introduzidos palitos de pirulitos que funcionam como pequenos canudinhos. Na ponta desses canudinhos são presos, também por um arame, pregos com as cabeças viradas para o palito. Mexendo no arame, a cabeça do prego funciona como o regulador da quantidade de água que é lançada sobre as plantas.

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